domingo, dezembro 17, 2006

IAJ: brincamos às casinhas?!!

"Teixeira dos Santos admitiu que neste tipo de subsídios (...) o Estado só substitui a família no caso desta não ter recursos. Ou seja, o novo incentivo só deverá ser atribuído quando "os pais dos jovens não puderem assumir a despeza"".
in Público 15.12.06



Indignada é pouco para descrever a forma como fiquei depois de ler esta notícia. Beneficiei de incentivo aproximadamente 4 anos e foi com a ajuda dele que deixei a casa dos meus pais, de outra forma o dinheiro não chegava! Não cabia na minha cabeça viver debaixo de um tecto diferente que não fosse assegurado por mim: ou se é independente e se assumem as responsabilidades ou brincamos às casinhas com o dinheiro dos papás! Para a candidatura ao IAJ (Incentivo ao Arrendamento Jovem) - processo lento, burocrático e gerido por incompetentes, tenho cartas a pedirem me desculpa! - para além de muita papelada (com a qual concordo, para evitar fraude) é necessário apresentar o IRS do(s) candidatos... e agora? O candidato terá de pedir aos pais o seu IRS?! E se os seus pais forem ricos, o que é que o candidato, individuo que inicia um novo lar, tem a ver com isso?
Antevejo o alastrar do Portugal dos pequeninos...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

é curioso como das mesmas premissas se conseguem tirar conclusões diferentes :)
eu das tuas premissas não consigo chegar às tuas conclusões, aliás confesso que ao inicio até não estava a perceber a tua argumentação... no fundo tudo se resume aquilo que nós achamos que o estado deve fazer...
mas mesmo antes disso podemos simplesmente questionar quais eram os objectivos da lei quando ela foi feita para perceber se aquilo que o ministro diz agora é uma total barbaridade ou não...
como não faço ideia de quais eram esses objectivos só posso especular :) e nessa especulação atirar para o ar que se calhar a razão de ser deste apoio foi o fazer face a algumas realidades que eu tenho a felicidade de não ter que viver, como por exemplo viver numa casa com mais tres ou quatro pessoas e ser só eu a sustentá-la, ter que tirar um curso superior longe da minha residencia porque não existe alternativa publica perto, etc, ou seja situações em que um agregado familiar (que pode ser só uma pessoa) tem que ter um espaço próprio mas por alguma razão não o consegue sustentar.
ou seja não o encarava tanto como um incentivo à saida de casa (que tem realmente aspectos positivos que poderiam ser enquadrados em algum apoio) mas mais como um complemento para alguém que por alguma necessidade não consegue pagar uma renda.
por isso é que não estava a perceber quando dizias "não cabia na minha cabeça viver debaixo de um tecto diferente que não fosse assegurado por mim"... porque não conseguia perceber como é que não fazia sentido ser apoiado pelos pais e ser apoiado pelo estado já fazia... para mim seria um bocado igual já que representava na mesma um encargo para alguém (o estado não é uma coisa imaterial).
claro que se virmos pelo prisma de o estado (nós todos) apoiar os nossos jovens a adquirirem a sua independencia (dos pais) rapidamente, então aí realmente percebo o teu ponto de vista... mas pensar assim queria dizer que nós tinhamos uma lei muito á frente... e eu não acredito assim tanto no nosso país/legisladores.

terça-feira, dezembro 19, 2006  

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