sábado, maio 13, 2006

Existir

A propósito da nossa conversa no Piolho, recorro a Jean-Paul Sartre para basear a minha opinião.
A frase de Dostoievski: ”Se Deus não existisse, tudo seria permitido” remete-nos para uma visão existencialista do mundo.
Aos olhos desta corrente de pensamento, o facto de Deus não existir torna-se bastante incomodativo, no sentido em que desaparece com ele toda a responsabilidade de achar valores, normas de honestidade, de progresso ou de humanismo.
Neste contexto, e tendo em conta que não se encontra escrito em lado algum que o bem existe, ficamos reduzidos ao plano em que apenas existe o Homem.
E a angústia de que falávamos provém precisamente do desamparo sentido por não encontrarmos diante de nós valores ou imposições que nos legitimem o comportamento. Assim, não há justificações ou desculpas.
Considerando que a existência precede a essência, o Homem primeiramente existe, lançando-se posteriormente na projecção do futuro, de forma consciente.
Para além disso, o homem ao construir a sua imagem, e sendo esta válida para todos os homens, não só é responsavel pela sua restrita individualidade mas por todos os homens.
Desta forma não há determinismo, o homem é livre de se conceber depois da existência (subjectividade), ao mesmo tempo que se encontra condenado a essa mesma liberdade: uma vez lançado no mundo torna-se responsável por tudo o que fizer!

Jean-Paul Sartre
L’Existentialisme est un Humanisme

2 Comments:

Blogger fiona bacana said...

o que é, claramente, um aborrecimento....

terça-feira, maio 30, 2006  
Blogger vOAvOA said...

muito pelo contrário, sem dúvida um desafio!

domingo, junho 11, 2006  

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